Carlos Magno
Os pais e as mães
acham legal tal ou qual nome e colocam nas crianças, nos garotos ou nas
meninas; quando eles crescem, ficam com a herança, pagam pelo nome. Neste caso
nem era esquisito, como tantos por aí.
O caso é mais que
Carlos Magno, o original, imperador do Sacro Império Romano-Germânico se
chamava Carlos, a que foi dado o apelido magno, Grande, como Alexandre Magno,
Pompeu Magno e outros magnos da história.
Até aí, tudo bem, o
caso é que o garoto não cresceu e chamar Carlos o Grande a um camaradinha de
1,45 m só provoca riso; as crianças não perdoam, querem rir, gozam mesmo sem dó
nem piedade.
CARLOS MAGNO, O ORIGINAL (além de tudo ele
era bem alto)
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Pra mal dos pecados
as meninas crescem mais cedo, dos 10 para frente ou o que seja; os garotos dos
15 para frente sofrem um “estirão” e chegam perto da altura definitiva aos 18
anos. O Carlos, não. Ele não era anão, só era baixinho e à medida que todo
mundo passava os 1,45 m ele se sentia metafórica e literalmente diminuído. E lá
iam os garotos para 1,70 m, 1,80 m, 1,90 m ou mais.
Ele ficou sendo o
Carlinhos.
Esse diminutivo
doía até a alma.
Carlinhos tornou-se
amargurado.
- Como vai o Magno
aí embaixo?
- E o Magninho? (o
pênis).
- Se você não
parasse de crescer iria chegar até o meu queixo (diziam os mais baixos).
- Magninho, chega
aqui para eu medir minha cintura.
Isso dói, viu, dói
demais, quem agüenta?
Carlinhos ficou
magoadíssimo, se fechou a sete chaves, emburrou, nem psicanalista deu jeito, o
pai e a mãe eram ricos, não teve jeito. Foi pra Europa, foi pro EUA, foi para
toda parte. Foi até ver se incorporava algum santo, mas não cabia, ficava
apertadinho.
Tentaram convencer
Carlinhos de todos os baixinhos da história que tinham sido grandes caras, mas
não teve jeito. O único jeito foi entrar para o cinema, o cinema faz gente
pequena parecer grande.
Serra, sexta-feira,
11 de maio de 2012.
José Augusto Gava.
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