O Discurso que Matou o Senhor K
Primeiro foi o discurso de Eisenhower
sobre o complexo industrial-militar, de cujas repercussões nunca ninguém falou,
nem os geo-historiadores. Como era a vida de Ike antes e depois?
IKE
ANTES E CHILIKE DEPOIS
(na despedida em 1961: ele esperou estar na porta já saindo)
O complexo militar industrial e a energia nuclear
por Rui Namorado Rosa É geralmente reconhecido que o termo «complexo militar-industrial» foi introduzido pelo general Dwight Eisenhower no seu discurso de despedida como presidente dos EUA, em 1961. As suas palavras parecem caracterizar a transformação económica e política então em curso, de que tinha profundo conhecimento decorrente das experiências e responsabilidades assumidas nos cargos militares e políticos que exercera. É essencialmente a afirmação categórica de uma doutrina militarista, mas com precauções de ordem moral ou talvez táctica. Recordemos: «…Até este último conflito mundial, os Estados Unidos não tinham indústria de armamentos. Os fabricantes americanos de arados poderiam, com tempo e se necessário, fazer igualmente espadas. Mas agora não podemos mais arriscar improvisar a emergência da defesa nacional; fomos obrigados a criar uma indústria de armamentos permanente e de vastas proporções. Somado a isso, três milhões e meio de homens e mulheres estão directamente envolvidos em instituições de defesa. Gastamos anualmente em segurança militar mais do que o lucro líquido de todas as corporações dos Estados Unidos. Esta conjunção de um imenso estabelecimento militar e uma grande indústria de armamentos é nova na experiência americana. Essa influência total – económica, política, mesmo espiritual – é sentida em cada cidade, cada capital de Estado, todos os serviços do governo Federal. Reconhecemos a necessidade imperativa deste desenvolvimento. Contudo, não podemos deixar de compreender as suas graves implicações. Nossos trabalhos, recursos e meios de subsistência estão todos envolvidos; assim é a própria estrutura da nossa sociedade. Nos conselhos de ministros, temos de nos precaver contra a aquisição de influência indevida, intencional ou não, pelo complexo militar-industrial. O potencial para a ascensão desastrosa de um poder indevido existe e vai persistir. Devemos impedir que o peso desse complexo alguma vez coloque em perigo nossas liberdades ou processos democráticos.
Não podemos tomar nada por garantido...»
E também oportunamente identificou a relevância que nessa época
simultaneamente adquirira a «revolução científica e técnica», e como esta
fora apropriada pelo referido complexo militar-industrial:
«…Semelhantemente, e com larga responsabilidade nas mudanças radicais da nossa postura industrial e militar, tem sido a revolução tecnológica verificada ao longo das décadas recentes. A investigação tornou-se central, também mais formalizada, complexa e dispendiosa. E uma parcela em constante crescimento é executada para o governo Federal, por este, ou por determinação deste…» Assim registamos o testemunho de como o grande capital tomou a sinistra oportunidade da guerra para lançar mão sobre os cofres do Estado e ganhar acrescida influência na sua direcção política. O projecto Manhattan, que em menos de quatro anos permitiu criar as bases da indústria nuclear e fabricar duas bombas que seriam testadas sobre cidades japonesas, já praticamente no fim da guerra, em Agosto de 1945, é o exemplo máximo dessa profunda, rápida e perigosíssima transformação. Decorreu meio século sobre esse discurso de Eisenhower. A descoberta científica e a inovação tecnológica alargou ainda muito mais o horizonte em que o capital pode e consegue instalar a sua influência económica e política. A concentração do capital conferiu acrescido peso aos oligopólios que de facto comandam sectores industriais inteiros, que enquanto transnacionais abarcam como polvos o mundo inteiro, e persuadem ou impõem a sua vontade aos governos de Estados dominadores ou dominados. As corporações armamentistas A lista das 100 maiores corporações produtoras de armamento, compilada pelo Instituto Internacional de Investigação para a Paz de Estocolmo (SIPRI), é uma fonte de reflexão. Essas 100 corporações controlam mais 20 outras subsidiárias, aí também listadas. Concretamente estas grandes empresas fabricam armas ligeiras e munições, artilharia, mísseis, veículos militares, serviços especializados, aviões, navios, satélites, equipamentos electrónicos, motores, e componentes diversos a serem integrados em equipamentos militares. As suas vendas totais somaram 1543 mil milhões de US$ em 2009, sendo que só as vendas de armamentos somaram 457 mil milhões de US$ (cerca de 30%). E não obstante a crise financeira, nesse universo de 120 corporações as vendas totais não diminuíram de 2008 para 2009. As 20 maiores delas (em volume de vendas) somaram 300 mil milhões em vendas de armamentos, enquanto que as 100 restantes somaram 157 mil milhões, indicando um elevadíssimo grau de concentração na produção e venda para fins militares. Os países em que essas corporações estão sedeadas são EUA (14), Reino Unido e França (2 cada) e Itália e Países Baixos (1 cada). Se consultarmos a lista «Forbes 2000», publicada em 2010, das duas mil maiores empresas do mundo cotadas em bolsa, classificadas no sector «Aeroespacial e Defesa» constam 21 corporações, com um total de vendas 448 mil milhões US$ (em 2009). Estão elas sedeadas nos EUA (9), Reino Unido e França (3 cada), Itália e Países Baixos (1 cada) e ainda Canadá, Singapura e Brasil (1 cada). Seguindo critério de classificação diferente dos do SIPRI, os resultados da Forbes não diferem muito, mas complementam a informação. Ao longo de meio século subsequente ao discurso de Eisenhower, o complexo militar industrial permaneceu e reforçou-se, a par de outras formas de assumpção do poder absoluto pelo capital industrial e financeiro. Mas há mudanças e nuances que importa destacar. A indústria militar não perdeu a sua ambivalência militar e civil, como Eisenhower interpretou e descreveu no seu tempo. Das 120 maiores corporações produtoras de armamentos compiladas pelo SIPRI, apenas 27 estão altamente especializadas na produção militar (com vendas civis inferiores a 10% do seu negócio). Este sector industrial tem beneficiado de enormes financiamentos da parte do Estado, quer para execução de programas de investigação e desenvolvimento de novas armas e sistemas, quer mediante encomenda e aquisição massiva de armamentos, equipamentos e serviços militares. Após o que as inovações e tecnologias desenvolvidas para fins militares encontraram numerosas vias de aplicação em produtos e serviços na esfera civil, assim facultando a multiplicação e acumulação de lucros. E em sentido inverso, componentes, produtos e conceitos da esfera civil foram e são incorporados ou adaptados para fins militares, permitindo alargar a base de aprovisionamento e o embaratecimento de produtos e sistemas militares, e facilitando o seu fabrico e difusão internacional, com análogo proveito para a indústria. Assim aconteceu com os desenvolvimentos de ponta realizados em semicondutores de potência, sensores/actuadores e softwares, com o apoio de programas para a defesa, antes da sua incorporação e difusão em produtos de consumo massivo pela Intel, Motorola ou DaimlerChrysler, uma década mais tarde. De tal modo que as partes (circuitos integrados e várias camadas de software que os accionam) que pesam no preço e conferem enorme agilidade e precisão a novas armas são fabricadas pelas mesmas empresas que manufacturam microprocessadores para PCs e amplificadores para telefones celulares. Por aí se compreende que a grande maioria das corporações que trabalham para a «defesa» repartam a sua produção entre fins civis e fins militares, para seu maior proveito. Bibliografia – W.J. Hennigan, Los Angeles Times, U.S. arms makers look overseas as domestic demand shrinks, 2011; http://articles.latimes.com/2011/jun/15/business/la-fi-weapon-exports-20110616 – SIPRI, The SIPRI Top 100 arms-producing companies, 2009; http://www.sipri.org/research/armaments/production/Top100 – SIPRI, Trends in international arms transfers, 2010; http://books.sipri.org/product_info?c_product_id=421 – Forbes, The World's Leading Companies, 2010; http://www.forbes.com/2010/04/21/global-2000-leading-world-business-global-2000-10_land.html – Forbes, Military-Industrial Complex, 2003;http://www.forbes.com/global/2003/0512/019.html – WISE, Nuclear Fuel Chain, 2011; http://www.wise-uranium.org/ – WISE, Uranium Market, 2011; http://www.wise-uranium.org/umkt.html#STAT – WISE, Uranium Maps, 2011; http://www.wise-uranium.org/umaps.html – World Nuclear Association, Processing of Used Nuclear Fuel, 2011; http://www.world-nuclear.org/info/inf69.html – World Nuclear Association, Nuclear-Powered Ships; http://www.world-nuclear.org/info/inf34.html – World Nuclear Association, Nuclear Power in China; http://www.world-nuclear.org/info/inf63.html – World Nuclear Association, Nuclear Power in Russia; http://www.world-nuclear.org/info/inf45.html – Wikipedia, Nuclear reprocessing, 2009; http://en.wikipedia.org/wiki/Nuclear_reprocessing – Wikipedia, Nuclear submarine, 2000; http://en.wikipedia.org/wiki/Nuclear_submarine Texto publicado originalmente na Revista O Militante ( orgão teórico do PCP) |
O discurso de
Eisenhower
Três parágrafos do discurso, os
mais frequentemente citados, abordam diretamente a questão:
«Essa conjunção de um imenso
establishment militar e uma grande indústria de armas é nova na experiência
estadunidense. A influência total – econômica, política e, até mesmo,
espiritual – é sentida em cada cidade, em cada Legislativo estadual, em cada
gabinete do Governo Federal. Nós reconhecemos a necessidade imperativa deste
desdobramento. Mas, não obstante, não podemos deixar de compreender as suas
graves implicações. Todos os nossos esforços, recursos e meios de vida estão
envolvidos; então, trata-se da própria estrutura da nossa sociedade.
«Nas reuniões de governo, devemos
precaver-nos contra a aquisição de influência indevida, deliberada ou não,
por parte do complexo industrial-militar. O potencial para o desastroso
aumento de abuso de poder existe e continuará a persistir.
«Nunca devemos deixar que o peso
dessa combinação coloque em risco as nossas liberdades ou processos
democráticos. Não devemos assumir nada como garantido. Somente uma cidadania
alerta e consciente pode compelir o entrelaçamento adequado da grande
maquinaria industrial e militar de defesa com os nossos métodos e objetivos
pacíficos, de modo que a segurança e a liberdade possam prosperar juntas.»
|
Curiosamente ninguém investigou o
episódio sob a ótica do estremecimento entre o poder supostamente subalterno do
complexo IM e o supostamente alterno superpoder do governo (tríplice:
Executivo, Legislativo e Judiciário) americano. Foi só aquele discurso e nenhuma
iniciativa reparadora para retomada do poder ameaçado ou até retirado, do qual
ele reclamava como acintoso, malévolo.
OS
DISCURSOS DE K
Discurso de Kennedy
sobre Sociedades Secretas
7 de outubro de 2010
Seu discurso pronunciado em 27 ABR
1963, o penúltimo de sua vida, cujo objetivo foi denunciar a atividade
criminosa das Sociedades Secretas Sionistas ameaçadoras da segurança mundial
que, ante tal denúncia e tal resistência anunciada, advinda do Presidente da
grande potência mundial, ao que tudo indica, “providenciaram” o seu
ASSASSINATO, ocorrido sete meses depois, em 22 NOV 1963.
“A palavra SECRETO é repugnante em
uma sociedade livre e somos um povo intrínseca e historicamente avesso às
sociedades secretas. Decidimos, há muito tempo atrás que os perigos de
ocultar excessivos e injustificáveis atos pertinentes foram muito mais
perigosos do que o perigo que citaram para justificá-los [buscar informações
sobre a ordem do caos]. Ainda hoje não há muita oposição à ameaça que são as
sociedades secretas e das restrições arbitrárias dessas. Ainda hoje há
reduzidos valores garantindo a sobrevivência da nossa nação [a Nova Ordem
Mundial quer acabar com a soberania dos países]. Se as nossas tradições não
sobrevivem com tudo isso, existe um perigo muito grave de uma necessidade
anunciada de se aumentar a segurança, que será aproveitada por aqueles que
estão ansiosos por expandir seu significado, chegando até os limites da
censura e encobrimento, e eu farei tudo que tiver ao meu alcance para
impedi-los, e que nenhum funcionário de minha administração, seja seu grau
alto ou baixo, civil ou militar, interprete as minhas palavras nessa noite
como justificativa para censurar ou para suprimir a dissenção ou para
encobrir nossos erros, nem para reter da imprensa ou do público os fatos que
eles merecem ter conhecimento.
Existe uma CONSPIRAÇÃO
MONOPOLÍTICA e IMPIEDOSA ao redor do mundo, à qual NÓS NOS OPOMOS, que conta
com meios secretos de convertermos à sua causa, para assim, aumentar sua esfera
de influência, como a infiltração ao invés da invasão, a subversão ao invés
das eleições, a intimidação ao invés da livre escolha, guerrilhas noturnas ao
invés de exércitos de dia. É um sistema que conseguiu recrutar uma vasta
fonte de recursos humanos e materiais, dentro de uma máquina de alta
eficiência, que combina operações militares, diplomáticas, de serviços de
inteligência, econômicas, científicas e políticas. Seus planos e a execução
dos mesmos não vêm a público, não são publicados; os seus erros se enterram e
não aparecem em primeira página [refere-se à conivência da Grande Mídia
Sionista mundialmente dominante]; seus dissidentes são silenciados e não
abalados; nenhum gasto é questionado; nenhum rumo é inspecionado; NENHUM
SEGREDO É REVELADO (ver atuação do Grupo Bilderberg ou Clube de Bilderberg =
Nova Ordem Mundial)
Nenhum presidente devia temer a
inspeção pública de seu programa, porque dessa inspeção vem a compreensão,
vem o apoio ou a oposição, e ambos são necessários. Não estou pedindo à
imprensa que apoie a administração, mas peço a sua ajuda na tremenda tarefa
de alertar o povo americano, e tenho a inteira confiança na resposta e na
dedicação dos nossos cidadãos. Eu não poderia suprimir a controvérsia de seus
leitores. Eu lhes agradeço. Essa administração [governo] tem a intenção de
ser sincera quanto aos seus erros. Como disse um sábio: “um erro não chega a
ser um erro, até que você se recuse a corrigi-lo”. Temos a intenção de
aceitar total responsabilidade por nossos erros, e a esperança que vocês nos
apontem os erros quando não os percebermos. Em tese, nenhuma administração em
nenhum país pode triunfar, e nenhuma república sobreviver, e é por isso que o
legislador ateniense Solo decretou que é um crime para qualquer cidadão não
recorrer de controvérsia, e é por isso que nossa imprensa foi protegida pela
Primeira Emenda, a única imprensa na América especificamente protegida pela
Constituição, não primariamente para entreter e divertir, não para acentuar o
trivial e o sentimental, não para simplesmente dar ao público o que ele quer,
mas para INFORMAR, desvendar, refletir e indicar nossos perigos e nossas
oportunidades, para indicar nossas crises e nossas escolhas, para dirigir,
moldar, educar e às vezes enfurecer a opinião pública. Isso significa uma
amplitude de análises de notícias internacionais. Dessa forma, o mais
distanciado não estará distante; se encontrará mais à mão e local. Isto
significa uma atenção mais ampla e uma melhor compreensão das notícias, bem
como uma melhora nas transmissões e, finalmente, significa que o governo em
todos os níveis, deve ter a obrigação de proporcionar a informação mais
completa possível, até mesmo além dos limites mais estreitos da segurança
nacional. E dessa maneira, na imprensa e nesses arquivadores de
acontecimentos humanos, guardiões da consciência e mensageiros das notícias,
buscamos a forma e a assistência, confiantes de que com sua ajuda o homem
será para o que nasceu ser: LIVRE E INDEPENDENTE.”
JOHN FITZGERALD KENNEDY 27 ABR 1963
(JAG: foi morto no mesmo ano, em novembro,
22)
|
![]() |
K
DEPOIS DOS DISCURSOS
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
Kennedy foi o único presidente
americano católico, todos os demais e antes e de depois foram ou são
protestantes, muitos deles maçons (inclusive o atual, Barak Obama). Como
sabemos, a Igreja é contra a maçonaria, tem editos contra ela; a maçonaria se
liga (no meu modo de entender) a todas as sociedades secretas do tipo dos
Bilderberg, dos Rotary, do Clube de Roma, dos Rosa-Cruz, dos Illuminatti, da
Trilateral e, talvez, dos Skull & Bones.
![]() |
Naturalmente K era, senão fiel
servo, pelo menos católico fervoroso. Talvez fosse agir contra as sociedades
secretas, que trabalham o tempo inteiro contra a Igreja. Não foi a Máfia (que
foi para lá desde a Itália e cujos chefes eram, na década dos 1960, todos
católicos dedicados).
Serra, sexta-feira, 22 de junho de
2012.
José Augusto Gava.
No comments:
Post a Comment