A Boa Vida Exige Bons Hábitos
“(...) a busca pela boa vida exige bons hábitos de aprendizado desde a mais tenra idade (...)”.
Platão, segundo Moseley, Alexander Filosofia de A a Z, um guia completo, Rio de Janeiro, Tinta Negra, 2013 (sobre original de 2008), página 36.
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Porisso mesmo que nós, os ricos, temos muros altos e não deixamos nossas crianças brincarem com os filhos dos miseráveis, dos pobres, dos médios, dos médio-altos e até dos novo-ricos, esses petulantes de apenas alguns bilhões de dólares sem cultura, civilização, antiguidade atestada. Em 1996 a ONU publicou estudo dando conta (página 94 de Harvey, David O Enigma do Capital e as Crises do Capitalismo, São Paulo, Boitempo, 2011, original de 2010) de que 300 famílias detinham 40 % das riquezas do mundo. Somos esses. Seria legal estabelecer um superdomínio superfeliz, todas as nossas crianças brincando juntas, pois de fato a boa vida em adulto existe o cultivo dos bons hábitos, esse aprendizado desde a mais tenra idade.
Bons iates, boas propriedades cinematográficas, bons diamantes, boas carteiras de ações, vistas lindas de lindos escritórios altos nas principais avenidas, bons carros (de três ou mais, eu acho; três milhões, claro, menos que isso seria dar atestado de pobreza), bons trenzinhos de brinquedo de ouro quando crianças, boas bicicletas de US$ 27 mil, boas carnes em boas churrasqueiras, boas piscinas, excelentes roupas, boas viagens de primeira classe, boas casas de praia exclusivas, boas fazendas em lugares reservados, bons mergulhos quando jovens (devidamente acompanhados), bons filmes em telões e cinemas (home teather) caseiros, ótimos SPA, esquiar em Aspen ou onde for, tudo de bom é o que desejo. Claro, um chocolate quente no frio, umas mantas nas casas de montanha, puxa, bons pesqueiros em botes seguros com gente acompanhando.
Temos de cultivar.
Se não formos nós, quem?
Se não for agora, quando?
São nossas crianças, temos de ter o maior carinho.
A maior atenção. Desde a mais tenra idade, sem dúvida alguma, desde a creche com boas babás, um grupo delas para divertir a criançada.
Bons hábitos...
Andar de mini-cavalos mini-baias, ter mini-bois, ter animais de estimação (tratados por gente qualificada), uma fazendinha para eles, nada muito grande, alguns hectares apenas. Tudo do tamanho infantil.
Festinhas com o pessoal mais chegado, pode-se até deixar os serviçais olharem e os filhos podem ficar além das cercas, coitadinhos, por quê não deixar? Bater fotos com os celulares baratos deles, não, porque podem fazer sei lá o quê.
Serra, terça-feira, 23 de julho de 2013.
José Augusto Gava.
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