Espírito de Pouco
Sabendo que os pobres compram
barato, buscando os produtos de preços baixos, os empresários destinam-lhes
objetos feitos com materiais de 2ª e 3ª ou diminuem no peso ou importam os Xing
ling da China, feitos com trabalhos de prisioneiros, de tal modo que na
realidade estão pagando por 80 % do preço inteiro algo que custa 60 a 50 %
daquele outro produto dos médios para cima.
Ou seja, pagam sobrecusto, pagam
além do valor pago pelos ricos.
Tentando pagar menos pagam mais.
Assim como a pessoa que gasta mais
do que pode num primeiro mês e nos meses seguintes - ao dever continuamente
juros - consome menos do que lhe seria de direito.
Então, alguns desses garotos e
meninas universitárias que vão mais tarde se engajar na mais-valia e ensinar
aos “de baixo” a acumular nas contas dos mais sábios, enquanto revolucionários
sonhadores as meninas e os garotos de que falo decidiram dar aulas aos
querentes, os carentes-que-querem.
Decidiram mostrar-lhe todos os
artifícios, desde aquele mais simples de aumentar 30, 40, 50 % nos preços e
depois dar desconto de 10, 20, 30 %, com isso lucrando ainda mais. Ou colocar
“preço a partir de 1,99” (o que quer dizer qualquer preço de 1,99 para cima) ou
diminuir qualidade ou quantidade, como já foi dito, por exemplo, ir diminuindo
a massa do trigo ou colocando mais triguilho, quase nenhuma carne.
Investigaram todo tipo de trapaça
empresarial.
Já que tinham conhecimentos
avançados de Internet e podiam gastar o tempo subsidiado pelos pais e mães,
trataram de montar cartilhas a mostrar aos operários e servidores estatais do
baixo escalão, induzindo-os a poupar durante mais tempo: em vez de comprar a
prazo, pagando três produtos e levando só um, poupar para comprar à vista. E se
pudesse esperar três ou quatro meses onde antes esperariam dois, comprariam artefatos
que durariam muito mais tempo.
Mostraram como comprar geladeiras
com IPI zero (só os ricos tinham dinheiro para comprar nas faixas temporais
oferecidas), de baixo consumo de energia, melhores placas de metal, enfim mais
bem construídas.
Até que algum dia ficaram
aborrecidos com algo que alguém disse e revoltados falaram “ah, quer saber?” e
foram, cada qual para o seu lado, usar o que tinham acumulado em termos de
conhecimento no sentido de enganar os “da vez”, os operários seguintes no ciclo
de acumulação da riqueza dos ricos.
Serra, segunda-feira, 25 de junho de
2012.
José Augusto Gava.
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