Os Altos e Baixos da Vida
Todo mundo já passou por altos e baixos na vida.
Eu já passei, com toda certeza, e você também deve ter passado.
Quando eu passo por um alto olho pra cima e dito entredentes “seu fio da puta” e quando passo por um baixo finjo que não estou olhando pra baixo, mas rio eu comigo mesmo, porque agora é proibido ter preconceitos externamente, é proibido dizer nanico, tampinha, rolha de poço, troco, baixinho, anão, etc., tem de ficar dizendo “gente pequena”. Se bem que sou o tampinha dos altões, não tô nem aí.
A vida tá ficando indolor, já não há dor para ninguém, tudo foi amortecido, é o tal do “politicamente correto”.
Tá tudo morno, não posso mais fazer piada com nada, tenho que ler e rir pra dentro, igual naquele filme de vendeta italiana que o cara fumava o cigarro com a ponta acesa pra dentro com medo de tocaia e justo no dia que esqueceu e colocou pra fora foi morto com tiro.
Tenho de ficar me policiando.
Às vezes estou parado no engarrafamento, lembro as antigas piadas e rio sozinho, o guarda se incomoda, acha que estou rindo dele, nequinhas, eu falo, “seu guarda, tou rindo de antigas piadas”, ele pede que eu conte, não posso, ele pode estar num quadro daqueles.
Tou com ideia de comprar um sitio bem reservado com senha pra entrar, quem quiser participar tem de ser levado por um amigo que garanta. Lá vai ser possível contar todo tipo de piada, inclusive de brasileiro. Vai ter um monte de porrete, se aparecer algum “politicamente correto” controlador por lá nós vamos cubar de pancada. É daqui pralí.
Vamos contar todo tipo de piada.
Piadas de judeus (aquelas feitas por judeus), piadas de negros (feitas por negros), piadas de bichas (feitos por bichas) e assim por diante, você já entendeu.
É, é lógico, piadas de baixinhos e de altinhos.
É claro que vai ter cerveja.
E tira-gostos também.
Serra, 01 de agosto de 2013.
José Augusto Gava.
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