Sambaqui
O dono do bar
aproveitou que sambaqui, a urna funerária dos índios (um vaso grande o bastante
para caber um corpo morto em posição fetal), se parecia com samba-aqui para
criar uma roda de samba de alta qualidade. Convidou artistas a apresentações
rotativas, desenvolveu os grupos, fazia por gosto, gostava de samba.
E apreciava também
a arqueologia. Colocou banners, grandes manchetes, um por semana; colocou
livros à venda, passou filmes e documentários, criou um grupo cultural bastante
fiel. Professores (de geologia, de paleontologia, de antropologia, de
arqueologia, de geo-história) iam lá beber e o encantavam com histórias,
indicavam linhas de pesquisa e livros a adquirir.
SAMBARQUEOLÓGICO (ARQUEOLOGIA DO
SAMBA)
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E dono era um
verdadeiro apaixonado por essas coisas.
Pessoas que nem
tinham ouvido falar nelas ou as detestavam passaram a gostar e a ir não apenas
para tomar bebidas quentes e frias ou comer tira-gostos.
O terreno onde
colocou o bar era grande.
Ele expandiu.
Criou outras linhas
musicais prospectivas, por exemplo, a Bossa Nobre, o Espírito Samba, o Baião de
Deus, as Raízes do Semba e mais.
Como era empresário
cuidadoso, criou espaço memorável aonde os artistas iam aos montes, depois
comunicando aos demais. A coisa espalhou, ele decidiu colocar franqueamento, o
que nenhum empresário do setor tinha pensado.
Para capitalizar
chamou os amigos, entrei, juntamos bastante gente com o propósito profissional
de diversificar. E agora estamos lançando ações na bolsa de valores.
Serra, sexta-feira,
04 de maio de 2012.
José Augusto Gava.
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