Ego-Íris
Era um leque de egos, mas não o portfólio sexual.
Era feito de tamanhos.
Egos de todos os tamanhos, desde os pequenininhos até os gigantescos, como dos artistas e dos apresentadores.
Na realidade era representado pela espiral de PHI/FI [símbolo adotado pelo Clubego], o número de Fibonacci 1,618..., de tal maneira que começava minúsculo e ia crescendo exponencialmente: 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34 e segue.
Se você não tivesse preconceito, era até bonito de ver. Claro, a simplicidade era, de longe, muito melhor, mas a apresentação dos egos/eus também era interessante. Essa história também é interessante. O egoísmo, não, este era doença mental, superafirmação, doutrina da superexposição do EGO, mas o ego em si era apenas um fato da vida, como o desvio de dinheiro público pelos políticos. O ego fazia eco a si mesmo, tivesse ou não razão, como as louras. Ele era sua própria passarela.
Cientistas, cardeais, motoristas de caminhão, engenheiros, médicos, diaristas, todo mundo estava sujeito a ter o ego inflado pela chamada “inflação do ego”, que os economistas não sabiam tratar, uma condição dolorosa que doía nos outros.
Era graduado, de ego-1 a ego-100, mas os índices mais altos ficavam restritos aos artistas, particularmente os de Hollywood e de Hollyiurd. Usar crachá não usavam, contudo era fácil identificar se você tivesse um mínimo de treinamento e percepção, porque um gesto aqui, uma palavra acolá, uma roupa, um carro, uma afetação, tudo levava a crer.
Uma vez que a “inflação do ego” começasse, uma vez que atacasse a pessoa, era difícil ela se livrar, porque ia corroendo por dentro: a pessoa já começava a falar com você de um pedestal de 1º, 2º ou 3º (ou qualquer posição) lugar.
Era um exercício legal andar com um caderninho para anotar, dedicando uma página a cada qual – com o passar dos anos você teria um retrato firme. Era psicologia pura, inclusive para os psicólogos profissionais: quem é ególatra? Jean Claude van Damme disse que o corpo dele era seu templo; possivelmente rezava de joelhos diante de um retrato seu de corpo inteiro.
Quem eram os maiores egos? Coletar discursos e examinar era algo de sublime, pois neles transparecia muito. Chefes de estado, generais, músicos, desbravadores, grandes empresários, jogadores de Pelébol, maradonistas, as que faziam xuxegos e por aí afora muita coisa.
Nossa, a vida nos oferecia tanto, o fato é que não olhamos e se olhamos não nos esforçamos por ver, o que Jesus já havia prevenido: quem tem olhos de ver que veja. Ah, os c/egos! Que telas formidáveis, embora vazias.
Serra, quinta-feira, 01 de agosto de 2013.
José Augusto Gava.
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