Fatos Inverídicos
Não vá dizer que os soviéticos não eram inventivos porque eram, sim, por exemplo, naquilo de apagar as pessoas das fotos, dos jornais e dos documentos, fazendo parecer que elas nunca tinham estado lá, como quando Trotsky foi retirado do lado de Stalin nos comícios. E depois muitos outros.
Isso foi motivo de gozação por muitas décadas no Ocidente.
Agora, com todos esses FAKE aparecendo na Internet nós começamos a pensar: e se a gente criasse fatos inverídicos? Também ajudou as pessoas escreverem “fatos verídicos” (o que nos leva a pensar que devem existir fatos inverídicos, fatos que não são fatos). Dizem também “fatos verdadeiros” e “história real” nos filmes, daí podemos pensar em fatos não-verdadeiros e histórias irreais.
Então juntei com uns amigos e começamos a investir.
A clientela:
· começamos com árvores genealógicas de quem ganhou dinheiro e queria “ter um bom passado”, além de bom futuro para mostrar aos filhos;
· empresas poluidoras que desejavam literalmente “apagar essa mancha”;
· grileiros que roubaram terras dos índios e dos governos e esperavam ficar “bem na fita”;
· gente que levava pedras preciosas para o estrangeiro;
· pedistas julgados e condenados que recebiam novos cargos no governo, embora a lei proibisse;
· governantes pegos “com os dólares na cueca” traficando influência, vendendo a pátria, intermediando contratos ilegais de aviões;
· médicos que cometeram erros, engenheiros com cálculos estruturais falhos, economistas que FREQUENTEMENTE se enganavam nas previsões, fiscais corruptos, todo tipo de profissional;
· a lista é muito longa, se você quiser o leque ou portfólio é só pedir, mande o seu email para www.supressão.com.br.
Tem muita gente concorrendo e inventando fatos. Já existiam antes de nós, tem agora, vão aparecer. No Brasil, então, a concorrência é grande, quase não conseguimos sobreviver. Profissionalmente, apenas nós e uns poucos, mas os não-profissionais são muitos.
Os governantes, então, são craques nisso, é um custo para convencê-los a nos contratar, só oferecendo vintinho ou trintinha. Dez? Esse tempo já foi.
Serra, sexta-feira, 19 de julho de 2013.
José Augusto Gava.
No comments:
Post a Comment