Nanobôs do Bem
Os nanobôs (nano-robôs) do bem estavam no pubô (pub-robô, tudo automatizado) “levando um lero”, batendo um papo, conversando abobrinhas, trocando cebolas, jogando conversa fora, essas coisas que os nanobôs fazem para não terem de ir ao psiquiatra (de pobre, sempre tem comprimidinhos) ou ao psicólogo (de rico, cada hora tem 50 minutos).
Pediram um caldo verde de barctérias, bactérias especiais de bar copo sujo, darty bar, junto com escondidinho de bactérias enquanto esperavam os bolinhos de restaurante (bactérias incluídas).
Os nanobons (nanobôs do bem), junto com os odiados nanobôs do mal (nanomaus) tinham feito pressão junto ao nan0-congresso (nano-deputados e nano-senadores) no sentido de não serem mais chamados de “nanos”, anões, e sim “gente pequena” ou pelo menos gentenôs ou pequenôs. Só assim eles se permitiam alguma aproximação com os nanomaus. Só assim. De resto era ódio puro, ódio visceral, ódio tão tremendo quanto aquele dedicado aos invasores americanos no Iraque.
Eles viviam se diminuindo mutuamente.
Nisso que estão conversando entra uma nanobô do mal, só que gostosinha, linda de rosto, perfeita de corpo, nem uma celulítio, nem um defeitinho de construção, quase uma nanoboa de capa de revista Wired, última geração, o fino da bossa, a bossa do fino, tudo de bom, micronauta dos espaços interiores, reverberação dos chipsets.
- Às 7 horas, não olhe, uma odiosa inimiga gostosinha.
O outro olhou.
- Eu falei pra você NÃO OLHAR!
- Se nós vamos atacar, tenho de olhar, medir a força da inimiga, o porte avantajado, onde vou pegar, como vou derrubar para fagocitar, vou engolir ela todinha.
- Vai uma droga, vi primeiro.
- Não é quem vê, é quem agarra.
- Não senhor!
Nisso entra o nano-namorado mau dela, mauzão, pérfido, parecia um V com cada nano-bíceps que era isso, meu irmão, parrudão na altura, na largura e na profundidade. Botou o nano-braço nos nanos-ombros dela, como dissesse .
- Droga. Como nós vamos fazer?
O outro já tinha virado, fez que não tava vendo.
O primeiro insistiu, tava nano-taradão.
- Vamo ter que chamar a tropa de choque, não sei quantos micro volts ele vai aquentar.
Aí entrou outro nanomau, só que se o primeiro era vê-zinho, o outro era Vê-zão.
- Aê, mano, finalmente agarrou uma guria?
Os nanobons sentiram a barra.
- Ainda vamo enfrentar?
- Não, lembrei que tenho umas nano-tarefas em casa. Vamo se pirulitar.
O garçom gritou: ei, quem vai pagar a sopa primordial OPARIN de bactérias? São Wiener me acuda, sobrou mais uma.
VE-ZÃO – deixa essa de tira-gosto e traz mais 20.
Serra, sexta-feira, 02 de agosto de 2013.
José Augusto Gava.
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